A irmã
Benedita Gomes da Silva, 76 anos (faz 77 em 6 de maio), é uma senhora muito
simples e realizada por tudo o que Deus já fez em sua vida. Mãe de cinco filhos
– Joaquim Barbosa, Cacildo, Efigenia, Reni e Elda –, ela criou, na verdade,
dezessete. O marido, que não era crente, a abandonou quando os filhos eram
pequenos, em Brasília, e ela criou-os sozinha. Benedita converteu-se com oito
anos de casada, aos 25 anos, quando morava no interior de Minas Gerais, em
Paracatu. Ao todo, são quase 52 anos de vida com Jesus. Ela mora em Brasília há
40 anos e é membro em uma das congregações da Assembléia de Deus em Brasília,
ministério liderado pelo pastor Orcival Pereira Xavier, seu conterrâneo, também
nascido em Paracatu. Seu líder local é o pastor Otaviano Miguel da Silva.
Irmão
Benedita ficou famosa em todo o Brasil no final de 2012 devido ao trabalho de
seu filho, o ministro Joaquim Barbosa, o primogênito, que se destacou
nacionalmente pelo seu trabalho no julgamento do “mensalão” e, mais
recentemente, assumiu a Presidência do STF. Na cerimônia de posse, ele homenageou
a mãe.
Nesta
entrevista, irmã Benedita conta suas experiências com Deus e fala um pouco
sobre o filho ilustre e como criou os seus filhos nos caminhos do Senhor.
Como iniciou sua vida?
Como iniciou sua vida?
Eu nasci no ribeirão, na roça, em
Paracatu, interior de Minas Gerais. Sou mãe de cinco filhos, mas criei, ao
todo, dezessete. Quando eu tinha 13 anos, fui trabalhar na casa de uma mulher e
criei, só da primeira filha dela, quatro crianças. Quando casei, aos 17 anos,
criei três filhos do meu marido. O mais velho deles tinha 5 anos. Depois tive
os meus cinco filhos. E quando vieram os netos, criei cinco deles.
Quando se converteu?
A data exata eu não lembro, mas irei
completar 52 anos de convertida. Eu tinha 25 anos, era muito católica e não
perdia missa, novena, nada! Foi pela misericórdia que Jesus me salvou. Eu não
gostava de crente. Uma mulher que morava perto de mim aceitou Jesus e logo
depois Deus enviou-a à minha casa. Ela me convidava e eu dizia que não tinha
tempo. Até que um dia ela se dispôs a me ajudar nos trabalhos domésticos para
que eu tivesse tempo de ir com ela à igreja. Eu não tive mais desculpa. Fui ao
culto, achei uma bênção. Mas só me converti alguns meses depois.Em pouco tempo,
fui batizada nas águas e no Espírito Santo. Depois de convertida, passei a
trabalhar para o Senhor. Quando os obreiros viajavam para outras cidades, eu
tomava a frente das atividades na igreja. Eu não sabia pregar. Lia a Bíblia,
mas não falava muito. Então, com a igreja cheia, eu colocava os irmãos para
orar. Orava e Jesus batizava com o Espírito Santo! Era aquela bênção! Quando
não estava à frente dos cultos, tomava conta das crianças. Em Brasília, atuei
em Círculos de Oração e em visitas aos lares.
A senhora imaginava que um dia um de seus filhos, o Joaquim Barbosa, seria essa figura tão importante na sociedade?
A senhora imaginava que um dia um de seus filhos, o Joaquim Barbosa, seria essa figura tão importante na sociedade?
Tudo o que está acontecendo hoje com
ele o Senhor já tinha me avisado. Até de eu morar aqui o Senhor me avisou.
Tudo! Quando as coisas começaram a acontecer, eu me lembrei das palavras do
Senhor quando eu estava no Gama. O Senhor revelava, mostrava! Então, tudo eu
esperava no Senhor.
Como a senhora se sentiu ao ver seu filho mais velho tomar posse como presidente do STF?
Não foi uma surpresa, porque o
Senhor já tinha me avisado muita coisa. As pessoas perguntam: “Você está
orgulhosa?”. Eu digo: “A honra é de Deus, não é minha!”. Meu filho é muito
estudioso. Com seis anos coloquei-o na escola e ele aprendeu a ler e a
escrever. Ele não parou de estudar. Com 15 anos, saiu de Paracatu e veio para
Brasília. Depois é que eu vim com meu esposo. Ele já tinha 18 anos quando eu
cheguei aqui. Ele me dizia: “Mamãe, ore para que eu consiga outro emprego para
ajudar a senhora com os meninos”. Na época, eu tinha menino de dois anos de
idade e estava sozinha aqui, cuidando deles. Foi quando Deus abriu uma outra
porta de emprego para meu filho. Ali, ele sofreu perseguição e me pediu oração
novamente. Eu orei por ele e um dia ele me disse: “Mamãe, sabe aquela pessoa
que não gostava de mim? Ela agora me disse que sou o melhor funcionário!”. Isso
tudo foi Deus.
A senhora afirmou, segundo um jornal, que até hoje o ministro lê a Bíblia. Como foi essa educação cristã em casa?
Sim, ele lê diariamente a
Bíblia. Ele tem várias Bíblias! Toda a vida eu criei meus filhos na Escola
Dominical! Eu ia para a igreja e levava todos. Todos os meus filhos confiam
muito em mim. Sou o sustentáculo deles! Meus filhos passaram por momentos de
cura, milagres, que eu creio foram respostas às minhas orações. O Joaquim me
acompanhava nos cultos. Ele tinha seis anos quando eu me converti. Em lugares
de roça, ruas compridas, escuras, ele me acompanhava. Uma vez, meu marido, para
impedir minha ida à igreja, não deixou meu filho ir comigo. Eu sofri muito com
esse homem. Chorei muito nesse dia. Passei o resto da noite cantando louvores a
Deus. Eu pedi ao Senhor para secar minhas lágrimas. Desse dia em diante, não
chorei mais. O Senhor me confortou!
Quantos filhos são crentes?
Há três que ainda não frequentam a
igreja regularmente, mas todos eles têm temor a Deus e participam das
consagrações que realizamos em família. Estou esperando no Senhor, porque a
obra não é minha, é dEle.
Como lida com esse momento em que as
pessoas tanto a procuram? Tem
aproveitado para falar de Jesus?
Numa de minhas visitas ao médico,
tive oportunidade de pregar o Evangelho para uma pessoa afastada dos caminhos
do Senhor e ela foi para a igreja depois disso. Eu testifico aonde eu vou!
Qual foi sua experiência mais
marcante com Deus?
Foram várias. Uma das mais
interessantes foi uma viagem missionária que fiz a Cocos, um município da
Bahia. Ali, eu e mais três irmãs nos aventuramos por aquela região humilde para
levar o Evangelho. Nossos primeiros dias foram marcados por milagres. Por nosso
intermédio, Jesus curou uma mulher de eclampse e um rapaz cuja perna e pé
estavam totalmente inchados, além de uma mulher com febre de 40 graus e a febre
foi embora de imediato ao receber a oração. Isso atraiu as pessoas, que nos
ouviram no culto à noite, e muitas se converteram.
A senhora se sente uma mulher realizada?
Hoje, quando as pessoas perguntam
como estou, digo que estou com a vida que pedi a Deus! Eu não troco Jesus por
nada. Tenho tudo! Tudo Jesus me deu! Eu costumo dizer que quero ir para o Céu,
mas não agora... Porque quero fazer mais! (risos)
Fonte: Mensageiro da Paz - Número 1532 - janeiro de 2013, CPAD
Fonte: Mensageiro da Paz - Número 1532 - janeiro de 2013, CPAD
Entrevista com Benedita Gomes 27/12/2012
POR EUGÊNIA SANTOS
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