Resumo de "A Doutrina do Homem segundo Myer Pearlman", por Vanessa Maria Borges Pires


Por Odemir Silva

Resumo produzido pelo aluno do SETEF (Seminário Teológico Fidelidade), na disciplina "Antropologia Bìblica".

Somente Deus pode verdadeiramente revelar Deus. Esta revelação de si mesmo, tão necessária a salvação, encontra-se nas Escrituras. Nestes dias , quando as falsas filosofias representam de modo errado a natureza humana, é de grande importância que conheçamos a verdade.

I. A Origem Do Homem

1. Criação especial
A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, que significa que Deus fez cada criatura “segundo a sua espécie”. A distinção entre o homem e as criaturas inferiores implica a declaração de que “Deus criou o homem à sua imagem”.

2. Evolução.
Em oposição à criação especial, surgiu à teoria da evolução que ensina que todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só forma e que as espécies de vida mais elevadas surgiram de uma forma inferior. A teoria é a seguinte: em tempos muito remotos apareceram à matéria e a força - mas como e quando, a ciência não o sabe. Dentro da matéria e da força surgiu uma célula viva – da qual se originaram todas as coisas vivas, desde o vegetal ate o homem, sendo este desenvolvimento controlados por leis inerentes. Que constitui uma mesma espécie? Uma classe de plantas ou animais que tenham propriedades e características comuns, e que se possam propagar indefinidamente. Uma espécie pode produzir uma variedade, isto é, uma ou mais plantas ou animais isolados possuindo uma peculiaridade acentuada que não seja comum a espécie em geral. Ao lermos que Deus fez cada criatura segundo a sua espécie, não dizemos que Deus as fez incapazes de se desenvolverem em variedades novas; queremos dizer que ele criou cada espécie distinta e separada e colocou uma barreira entre elas, de maneira que, por exemplo, um cavalo não se deveria desenvolver de maneira que se transformasse em animal que não seja cavalo. Este fato constitui argumento contra a teoria da evolução, pois mostra claramente que Deus colocou uma barreira entre as espécies para que uma espécie não se transforme em outra. O Dr. Coppens escreve: Embora os cientistas hajam trabalhado muitos anos pesquisando a terra e os mares, examinando os restos de fósseis de um sem numero de espécies de planta e animais, e tenham aplicado todo gênio inventivo do homem para obter e perpetuar novas raças e variedades, nunca conseguiram exibir uma forma decisiva de que a transformação das espécies, pelo menos uma vez, tenha sucedido. Há um abismo intransponível entre os irracionais e o homem – entre a forma mais elevada de animal e a forma inferior da vida humana. Os evolucionistas inventaram um tipo de criatura pelo qual o macaco passou para o estagio humano. Esse é o tal “elo perdido” que se chama “Pithecanthropus erectus”. A teoria da evolução não explica, nem ajuda a explicar a origem do homem; nem apresenta provas que o homem tivesse evoluído de uma forma inferior mesmo fisicamente. Os evolucionistas procuram unir o homem ao irracional, mas Jesus Cristo veio ao mundo para unir o homem a Deus. ”Mas a todos quantos os receberam, deu-lhes o poder de serem filhos de Deus. Aos que crêem no seu nome” (João 1:12). E aqueles que são “participantes da natureza Divina” (2 Ped. 1:4), João, o apostolo, diz: “Amados,agora somos filhos de Deus” (1 João 3:2).

II. A Natureza Do Homem
Segundo Gen. 2:7, o homem se compõe de duas substancia material,chamada corpo, e a substancia material, chamada alma. A alma è a vida no corpo e quando a alma se retira do corpo morre. Mas, segundo 1 Tess. 5:23 e Heb. 4:12, o homem  se compõem de três substancias – espírito, alma e corpo. “O espírito e a alma representam os dois lados da substancia não física do homem; ou, em outras palavras, o espírito e a alma representam os dois lados da natureza espiritual.” A alma é o homem como o  vemos em relação a esta vida atual. As pessoas falecidas descrevem como “almas” (Apoc.6:9,10;20;4) “O espírito é a descrição comum daqueles que passaram para a outra vida. Sendo o homem “espírito”, é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele,sendo “alma”, ele tem conhecimento de si próprio; sendo “corpo” , tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo.- Scofield.

2. O espírito humano.
Habitando a carne humana, existe o espírito dado por Deus em forma individual. (Num.16:22; 27:16.) O Espírito foi formado pelo criador na parte interna da natureza do homem, capaz de renovação e desenvolvimento. Assim a alma é um espírito encarnado, ou um espírito humano que recebe expressão mediante o corpo. “A alma’ sobrevive a morte porque o espírito a dota de energia; no entanto, a alma e o homem diferente de todas as demais coisas criadas è dotado de vida humana ( e inteligência, Prov. 20:27; Jo 32:8) que se distingue da vida dos irracionais. Aquilo que domina o espírito torna-se atributo do deu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulhe o domine , ele tem um espírito altivo (Prov. 16:18.). Assim é que o homem deve guardar o seu espírito ( Mal. 2:15),dominar o seu espírito ( Prov.16:32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito ( Ezeq. 18:31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito ( Ezeq. 11:19). O homem è vitima dos seus sentimentos e apetites naturais; e é “carnal”. O espírito já não domina mais, e essa impotência se descreve como um estado de morte. Dessa maneira há necessidade  de receber um espírito novo ( Ezeq. 18:31, SAL. 51:10); E somente aquele que originalmente soprou no corpo do homem o fôlego da vida pode soprar na alma do homem uma nova vida espiritual – isto é regenerá-lo . Entretanto o espírito não pode vencer em si mesmo, mas deve buscar a renovação constante mediante o Espírito de Deus.

3. A alma do homem.

(a) A natureza da alma. O originalmente a alma veio a existir em resultado do sopro sobrenatural de Deus. Podemos descrevê-la como espiritual e vivente, porque opera por meio do corpo. É mais correto dizer que é dom e obra de Deus. (Zac. 12:1).

Devem-se notar quatro distinções:

1. A alma distingue a vida humana e a vida dos irracionais das coisas inanimadas e também da vida inconciente como o vegetal, poderíamos dizer que as plantas têm alma no sentido de vida.

2. A alma do homem distingue dos irracionais. Estes possuem alma, mas é alma terrena que vive somente enquanto durar o corpo. Evidentemente, os homens fazem o que os irracionais não podem fazer, por muito inteligentes que sejam; a sua inteligência è de instinto e não proveniente de razão. O instinto dos animais pode manifestar a sabedoria do seu Criador, mas somente o homem pode conhecer e adorar ao seu Criador. Os animais são dotados de vida vegetativa e sensível, o homem è dotado de vida vegetativa, sensível, intelectual e moral.

3.  A alma distingue um homem de outro e dessa maneira forma a base da individualidade. A palavra “alma” é, portanto, usada frequentemente no sentido de “pessoa”. Atualmente dizemos, “não havia nem alma presente”, referindo-nos a pessoas.

4. A alma distingue o homem não somente das ordens inferiores, mas também das ordens superiores dos anjos, porque estes não têm corpos semelhantes aos dos homens. Mas os anjos são espíritos criados e finitos enquanto Deus è o Espírito eterno e infinito.

(b) A origem da alma. Sabemos que a primeira alma veio a existir como resultado de Deus ter soprado no homem o sopro de vida. 

1) Um grupo afirma que cada alma individual não vem proveniente dos pais, mas sim pela criação Divina imediata. Citam as seguintes escrituras: Isa. 57;16; Ecl. 12:7; Heb. 12:9; Zac. 12:1.

2) Outros pensam que a alma é transmitida pelos pais. A origem da alma pode explicar-se pela cooperação tanto do Criador como dos pais. O poder de Deus domina e permeia o mundo (Atos 17:28; Heb. 1:13) de maneira que todas as criaturas venham a ter existência segundo as leis que ele ordenou. A origem de todas as formas esta encoberta por um véu de mistérios (Ecl. 11:5; Sal. 139:13-16; Jo 10:8-12), e esse fato deve servir contra a especulação sobre as coisas que estão alem dos limites das declarações bíblicas.

(c) Alma e corpo. A relação da alma com o corpo pode ser descrita e ilustrada da seguinte maneira:

1. A alma é depositaria da vida; ela figura em tudo que pertence ao sustento, ao risco, e a perda da vida. É por isso que em muitos casos a palavra “alma” tem sido traduzida “vida”. (Vide Gen. 9:3; 1 Reis 19:3; 2:23; Prov. 7:23; Ex. 21:23,30; 30:12; Atos 15:26.) A vida è o entrosamento do corpo com a alma.

2. A alma permeia e habita todas as partes do corpo e afeta mais ou menos diretamente todos os seus membros. Este fato explica porque as Escrituras atribuem sentimentos ao coração e aos rins ( Sal. 73:21; Jo 16:13; Lam.3:13; Prov. 23:16;Sl. 16:7; Jer. 12:22; Jo.38:36); as entranhas (File.12; Jer. 4:19; Lam. 1:20;2:11; Cant.5:4; Isa. 16:11); e ao ventre ( Hab. 3:16; Jo. 20:23;15:35; João 7:38). Esta mesma verdade, de que a alma permeia o corpo, explica porque em muitas passagens se descreve a alma executando atos corporais. Mas notemos que não è o tecido material que pensa e sente, e, sim a alma operando por meio dos tecidos.

3. Por meio do corpo a alma recebe suas impressões do mundo exterior. Por meio do cérebro a alma elabora essas impressões pelos processos do intelecto, da razão, da memória e da imaginação.

4. A alma estabelece contato com o mundo por meio do corpo, que è o instrumento da alma. O sentir, o pensar, o exercer vontade e outros atos, são todos eles atividades da alma ou do “eu”. Quando um instrumento è ferido, a alma não pode funcionar bem por meio dele; em caso de lesão cerebral pode resultar a demência. A alma então passa a ser como musico com um instrumento danificado ou quebrado.

(d) A alma e o pecado. A alma vive a sua vida natural através dos instintos, termo que vamos empregar por falta de outro melhor. Esses instintos são forcas motrizes da personalidade, com as quais o Criador dotou o homem para fazê-lo apto a uma existência terena (assim como o dotou de faculdades espirituais para capacitá-lo a uma existência celestial). Vamos considerar os cinco instintos mais importantes. O primeiro é o instinto da auto- preservação que nos avisa do perigo e nos capacita a cuidar de nós mesmos. O segundo, é o instinto da aquisição (conseguir), que nos conduz a adquirir as provisões para o sustento próprio. O terceiro è o instinto da busca de alimento, o impulso que leva a satisfazer a fome natural. O quarto é o instinto da reprodução que conduz a perpetuação da espécie. O quinto é o instinto de domínio que conduz a exercer certa iniciativa própria necessária para o desempenho da vocação e das responsabilidades. O registro desse dotes (ou instintos) acha-se nos primeiros dois capítulos de Genesis. A alma consciente e voluntariamente, usou o corpo para pecar contra Deus.  Essa combinação de alma pecaminosa e corpo humano constituem o que se conhece como “o corpo do pecado” (Rom. 6:16), ou a carne ( Gal. 5:24). Visto que o homem pecou com o corpo, será julgado segundo “o que fez por meio do corpo”. Quando a carne è condenada, a referencia não è o corpo material (o elemento material não pode pecar), mas ao corpo usado pela alma pecadora. È a alma que peca. Os impulsos pecaminosos da alma devem ser extirpados; é essa a obra do Espírito Santo. Paulo considerou tais coisas tão serias que acrescenta as palavras, ”os que tais coisas praticam, não herdarão o reino de Deus. Porque o pecado è uma ofensa a Deus, é exigida uma expiação para remover a culpa e purificar a consciência. O Espírito Santo faz-nos justos.

(e) A alma e o coração. Tanto nas Escrituras, como na linguagem comum, apalavra “coração significa o centro mesmo duma coisa. (Deut. 4:11 ;Met. 12:40 Ex.15:8; Sal. 46:2; Ezeq. 27;4,25,26,27 .) O “coração” do homem è , portanto, o verdadeiro centro  da sua personalidade. Podemos descrever como a parte mais profunda do nosso ser.

1. O coração é o centro da vida, do desejo da vontade e do juízo. O coração è o depósito de tudo quanto se ouve ou se experimenta (Luc. 2:51).

2. O coração è o centro da vida emocional. Ao coração atribuem-se os graus de gozo, desde o prazer, (Isa. 65:14) ate ao êxtase e exultação (Atos 2:46);todos os graus de dor,desde o descontentamento (Prov. 25:20) e a tristeza (João.14:1) ate ao “ai” lacerante e esmagador.

3. O coração è o centro da vida moral. Concentrado no coração pode haver o amor de Deus (Sal.73:26),ou orgulho blasfemos(Ezeq. 28:2,5). O coração è a “oficina” de tudo quanto è bom ou mau nos pensamentos, nas palavras ou nas ações. Foi em vista das imensas possibilidades implícitas no coração do homem que Salomão proferiu esta admoestação: “Guarda com toda a diligencia o teu coração, pois dele procedem as fontes de vida” (Prov.4:23).

(f) A alma e o sangue. “Porque a vida (literalmente “alma”) da carne esta o sangue” (Lev. 17:11). Pelo plano benigno de Deus, o sangue tomou-se o meio de expiação, quando aspergido sobre o altar de Deus. “Pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma” (Lev. 17:11).

4. O corpo humano.
Os seguintes nomes aplicam-se ao corpo:

(     a)    Casa, ou tabernáculo. O corpo è a “bainha” da alma.
      b)   A morte è o desembainhar da espada
(     c)    Templo. O templo è um lugar consagrado pela presença de Deus- um  lugar onde a onipresença de Deus è localizada.(1 Reis 8:27,28). È verdade que este corpo è terreno e como tal corpo de humilhação (Fil.3:21),de maneira que geremos por um corpo celestial (2Cor.5:2). Mas a vinda de Cristo, o mesmo poder que vivificou a alma transformara o corpo, assim completando a redenção do homem.

III. A Imagem De Deus No Homem 
“Façamos o homem  nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. (Vide Gen.5:1; 9:6;Ecl.7:9;Atos 17:26,28,29;1 Cor. 1:15;3:10;TIA. 3:9;Isa. 43:7;Efes. 2:10). O homem foi criado a semelhança de Deus, foi feito como Deus em caráter e personalidade.

1. Parentesco com Deus. 
A relação de Deus com as primeiras criaturas viventes consistia em essas, de maneira inflexível, obedecer aos instintos implantados pelo Criador; mas a vida que inspirou ao homem foi resultado verdadeiro da personalidade de Deus. Por mais que se tenha o homem degradado, ainda ele reconhece que deveria estar em plano mais elevado.

2. Caráter Moral. 
O reconhecimento do bem e do mal pertence somente ao homem. Em outras palavras, os animais não possuem natureza religiosa ou moral; não são capazes de ser instruídos nas verdades concernentes a Deus e a moralidade. Esse sentido esta resumido naquele curto, mas precioso “deve”, tão cheio de significado. È o mais nobre de todos os atributos do homem.

3. Razão.
O animal è meramente uma criatura da natureza; o homem è senhor da natureza. A tragédia da historia è essa que o homem tem usado esse dom para propósitos destrutivos, ate mesmo para negar o Criador que o fez uma criatura pensante.

4. Capacidade para imortalidade.
A existência da arvore da vida no Jardim do Éden indica que o homem nunca teria morrido se não tivesse desobedecido a Deus.

5. Domínio sobre a terra.
O homem foi designado para ser a imagem de Deus com respeito à soberania; e como ninguém pode ser monarca sem súditos e sem reino, Deus deu-lhe tanto um “império” como um “povo”. O homem tem enchido a terra com suas produções. È um privilegio do homem subjugar o poder da natureza a sua própria vontade. A queda do homem resultou na perda e no desfiguramento da imagem divina. Isto não quer dizer que os poderes mentais e psíquicos (a alma) foram perdidos; mas que a inocência original e a integridade moral, nas quais foi criado, foram perdidas por sua desobediência. Portanto, o homem è absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e esta sem esperança, a não ser por um ato de graça que lhe restaure a imagem divina.





   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...