Entre 197 e 220 Tertuliano, dedicou-se a carreira literária
de defesa e explicação do cristianismo. Foi o primeiro escritor eclesiástico
mais importante da língua latina. Seu estilo era muito bom de ler, porque a sua
escrita era vívida e fácil de entender-se. Seu método era muito parecido com o
de um advogado expondo em um tribunal. O intenso fervor espiritual que
demonstrava tornando sempre admirável o que escrevia. Foi intitulado de o pai
da teologia latina.
Tertuliano, não era um teólogo especulativo. Seu pensamento
se baseava no dos apologistas como Irineu e também no de guardiões da tradição
da Ásia Menor, tanto as ideias estoicas como os conceitos jurídicos. Dava o
sentido de ordem e de autoridade o que era peculiar aos romanos. Todos os
assuntos que escrevia eram formulados com clareza e definição peculiar à mente
jurídica. Por esse motivo ele foi considerado mais do que qualquer outro
escritor anterior, emprestando precisão a muitos conceitos teológicos até então
pouco compreendidos.
Para Tertuliano, o cristianismo era uma grande loucura
divina, porque era mais sábio do que a sabedoria filosófica humana, difícil de
ser equacionado por qualquer sistema filosófico. Para ele o cristianismo
consistia no conhecimento de Deus. Com base na razão e na autoridade que está
sediada na Igreja ortodoxa (reta doutrina ), que segundo ele a única que possui
a verdade, declarada no credo, bem como o direito de usar as Escrituras.
Para ele, o cristianismo era uma nova lei pregada por Jesus
Cristo com a nova promessa de reino dos céus. O seguidor de Jesus era admitido
na igreja pelo batismo. Tertuliano conseguiu demonstrar para a igreja o
profundo sentido de pecado e da graça. Afirmava que embora a salvação se
fundamente na graça, o homem tem muito a fazer. É necessário oferecer
insatisfação pelos pecados cometidos posteriormente, isso mediante os
sacrifícios voluntários.
“A gota d’água
para” Tertuliano ocorreu, segundo ele, quando um “grande bispo” (provavelmente
Calixto de Roma) decidiu que a Igreja tinha o poder de conceder a remissão de
pecados após o batismo, mesmo de pecados sérios como o adultério ou mesmo a
apostasia. Foi essa reivindicação em benefício do clero – para ele,
inconcebível – que fez do antigo flagelo dos hereges, por assim dizer, o
primeiro protestante. E, uma vez tendo renegado os direitos clericais a esse
respeito, Tertuliano foi levado, paulatinamente, a questionar os clamores
clericais em favor da discriminação de status na Igreja. Em seus tempos de
ortodoxia, atacara os hereges montanistas por ‘conferirem até à laicidade as
funções do sacerdócio’. Agora, tendo repudiado o poder penitencial, tornou-se
ele próprio montanista, pedindo, em “De Exhortatione Castitatis”: ‘não somos também sacerdotes leigos?
(...) a diferença entre a ordem e as pessoas deve-se à autoridade da Igreja e à
consagração de sua categoria pela reserva de um ramo especial para a ordem.
Porém, onde não há assento de clero, você oferece e batiza e é seu único
sacerdote. Pois, onde houver três, existirá uma igreja, ainda que sejam leigos
vocês tem os direitos de um sacerdote em sua própria pessoa, quando surgir
necessidade. ’Desse modo, Tertuliano atacava bispos que apresentavam o que ele
denominava ‘brandura’ no perdão dos pecadores e decaídos. Apelava para o ‘sacerdócio
de todos os crentes’ contra os direitos ‘usurpados’ de determinados oficiantes,
o ‘senhorio’ não espiritual, a ‘tirania’ dos clérigos. Mesmo uma mulher, se
falasse com o espírito, tinha mais autoridade, nesse sentido, que o maior dos
bispos. Este representava um ofício vazio; ela, o espírito vivo. A divisão era
bem delineada – entre uma Igreja de devotos, que administravam a si próprios, e
uma imensa ralé de devotos e pecadores, que tinha de ser administrada por um
clero profissional. Como poderia tal Igreja ser equacionada com a doutrina
clara de S. Paulo? Tertuliano leu Romanos, como faria Lutero. “O Espírito, a
seu ver, não relaxa seu rigor; julga sem parcialidade nem leniência e jamais
perdoará alguém em pecado mortal.”
Sobre o Montanismo:
Montano teria surgido na cidade de Ardabau, na antiga Frigia
hoje Turquia, em meado do II século. Ele
juntamente com os seus seguidores
foram condenados como hereges pela igreja romana.
Muitos historiadores eclesiásticos condenam o movimento
chamando-o de pagão e anticristão. Eusébio de Cesárea em sua H.E. Preservou
alguns textos de autores condenando o movimento (o incrível é que o próprio
Eusébio não foi condenado como herege, logo ele que seguia as ideias arianas?).
É de admirar: Tertuliano um homem culto, jurista e advogado,
autor de varias obras que contribuíram e ainda contribuem para o bem do
cristianismo, considerados por alguns o maior teólogo de sua época;
Partilhou das ideias de Montano e não foi contestado por
ninguém (nenhum líder cristão de sua época) sobre esse assunto. Como que um
homem tão sábio estaria envolvido com algo que não fosse genuinamente cristão?
Logo ele que escreveu sobre a paciência cristã, apologia à fé, sobre a
moralidade, a divindade, a santidade etc. Logo ele tão consciente!
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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