A superioridade do amor nas dificuldades conjugais



 Por Odemir Silva

Estudo ministrado; no primeiro "Estudo para Casais" da Igreja Sementes da Fé, São Bernardo do Campo - Junho - 2015.





A superioridade do amor nas dificuldades conjugais

“As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afoga-los; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam” Ct. 8.7

Esse verso afirma que as chamas do amor puro não podem extinguir-se facilmente. O final deste verso revela a futilidade de edificar o amor de uma pessoa em coisas materiais. Esta declaração eloquente, que descreve o amor compromissado, mostra o fervor renovado de um amor que perdura e resolve conflitos. 
O compromisso entre o Salomão e sua esposa era tão forte que haveria sérias consequências para qualquer um que ameaçasse. Dada sua enorme riqueza, Salomão poderia falar por experiência própria sobre a superioridade do amor em relação às riquezas.
O amor é mistério insondável e indestrutível que une duas pessoas, superando até mesmo a barreira da morte. O amor não pode ser comparado porque é o dom supremo que Deus faz à humanidade. “... o amor vem de Deus... porque Deus é amor”                   (I Jo. 4.7,8).
No gênero humano, nada há mais poderoso ou belo do que a expressão do amor mútuo entre um homem e uma mulher que estão realmente comprometidos um com o outro. Tentar adquirir amor por dinheiro é algo ridículo, pois é impossível. Assim também, um casamento firmado em bens terrenos, do marido ou da mulher, está fadado ao fracasso.
As novelas e algumas músicas populares fazem parecer que o amor nada mais é do que um sentimento passageiro. A paixão surge de repente, queima ardentemente por um curto período, murcha e é substituído por outro fogo que também se consumirá.
Mas pense a respeito de uma grande história de amor verdadeiro. Se for ficção, ela imortaliza seu autor. Se for histórica, ela imortaliza os próprios amantes. O tipo de amor que ela descreve é literalmente mais forte que a morte – e é esse tipo de amor que todos nós almejamos.
O que faz do amor algo tão duradouro a ponto de ser chamado de “forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme”? O amor dura quando está enraizado no Deus eterno.
Quando você entende o compromisso eterno que Deus tem com você, e faz um compromisso eterno com Ele, compreende melhor os fortes e duradouros compromissos humanos. Então, você pode prometer voluntariamente que amará para sempre e nunca trocará seu amor por nada.
Não pode haver substituto para o amor, somente o amor de Cristo pode satisfazer a alma. Tal amor atinge Seu povo mediante o sacrifício da cruz. E ele não pode ficar satisfeito com nada menos que o amor deles, em retribuição. O verdadeiro amor não pode ser apagado, nem comprado. Tentar compra-lo significa desprezar o seu valor real.
Esse cântico não define ainda o amor. A amada o faz aqui nos termos mais belos e fortes, falando do seu poder invencível, do seu caráter fatal, do seu valor sem igual. Compreende-se que este poema tenha sido colocado, como uma coroa, no fim da coleção. O que segue é adicional.
 Nos versículos 6,7 observam-se quatro coisas ditas sobre o amor, ele é:

- forte;
- inapagável;
- indestrutível;
- inestimável;

Portanto se um homem tentasse comprar o amor, seria condenado pela pessoa de quem buscasse comprá-lo. Isso se aplica, sem dúvida, somente a pessoas normais. Com homens anormais e pervertidos, que aceitam dinheiro e trai o amor, o amor pode ser comprado.

I - O que enfraquece o amor?

Um dos fatores em destaque é a falta de amor entre o casal, que tem sido o motivo pelo qual, muitos cônjuges buscam o divórcio: o amor acabou-se? A pergunta que se faz é se já houve verdadeiramente amor entre o casal? Por que a Bíblia nos afirma em I Co. 13.8 que o “... amor jamais acaba”. Quando o que uniu o casal foi uma atração física, ou, até mesmo uma simples amizade, então os cônjuges devem buscar ajuda de Des para obedecer as Escrituras Sagradas, aprendendo a amar conforme o Senhor nos ensina,      (Ef. 5.22-25; Tt. 2.3-5; I Pe. 3.1-7; Rm.5.5). O Deus de amor é a solução para aqueles que buscam o divórcio alegando falta de amor. Também o;
1.      Orgulho;
2.      Falta de diálogo;
3.      Superficialidade;
4.      Egoísmo;
5.      Incompreensão;
6.      Problemas financeiros;
7.      Ignorância ou desconhecimento da psicologia da outra pessoa.

É importante destacar que a secularização, o materialismo e muitos outros são perigos hodiernos que ameaçam a instituição do casamento segundo as Escrituras Sagradas, pois nossos dias são marcados por realidades tais como:

a.      Dissolução dos valores absolutos, (A Palavra de Deus é deixada de lado);
b.      Defesa do relativismo moral, (Nada mais é pecado, isso depende do ponto de vista de cada um);
c.       Degeneração da humanidade, (Fragilização do caráter);
d.      Negação do Senhorio de Cristo. (Jesus não é Senhor de nada).

Esse comportamento é características de uma sociedade corrompida pelo pecado, considerado por alguns teólogos como “Pós-Modernismo”, porém a igreja de Cristo nessa terra deve ser “Sal e Luz”. A sociedade tem ditado regras que ferem os princípios cristãos, colocando em confusão a educação familiar e também a educação cristã, ambas formam os primeiros momentos do ser humano em contato com outros.
Prova disto é a inversão de valores, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a libertinagem na mídia e redes sociais, filmes, músicas e outros...
O cristianismo tem como finalidade tornar através da compreensão da palavra de Deus fazer com o ser humano seja moral diante da sua conduta seja no casamento como cidadão ou na sociedade em que vive.
Vamos fazer um pequeno comparativo entre a “Pós-modernidade” e o “Cristianismo”, lembrando que a sociedade apartir do século XV vem se modificando, pois logo após as “Teses” de Martinho Lutero, isto é, Idade Média vem o Iluminismo depois a Modernidade e a Pós-Modernidade, porém e hoje já podemos dizer que vivemos a Contemporaneidade.

Pós-Modernismo
Cristianismo
Humanismo
o homem é o centro
Jesus é o centro
Individualismo/Impessoalidade
                       Egoísmo
Amor altruísta (amar o próximo).
Naturalismo
a ciência tem a palavra final
Palavra de Deus
Relativismo/Pluralismo
Não há absolutos
Jesus é o único Salvador
Materialismo
Ter é mais importante que ser
Ser é mais importante
Hedonismo
O prazer como legitimador
Santidade
Antinomismo
Sem leis e regras universais
Lei de Deus

 II - Como vencer as turbulências que querem apagar esse amor.

O homem e a mulher na aliança é uma só carne, então para estar firmes na “chama do amor” ainda que as águas queiram afoga-los é necessário estar “juntos”. Portanto:

1.      Ler a Bíblia juntos, Jo. 5.39; Mt. 18.20;

2.      Orar juntos, Mt. 18.19,20;

-  Unidade na oração, Fp. 4.6
-  Liberdade de expressão na oração familiar, I Co. 14. 4, 14,15
-  Sempre é tempo de orar, Ef. 6.18.
-  Não ter vergonha de orar, Rm. 8. 26-28
-  Orar conforme a vontade de Deus, Jo. 15. 5-7

3.      Ir à igreja juntos, Sl. 122.1,2;

4.      Jejuar juntos, Jl. 2.12,13
5.      Andar juntos, isto é, duas pessoas que partem para uma longa viagem, onde uma ajudará a outra. Ec. 4. 7-12. Por isso devem andar juntas...

a.      Obrigações, v. 9, nesta caminhada de “casados” e não “solteiros”.
b.      Socorrer, v.10, sozinho uma queda pode ser fatal. I Co. 13.4-7; 10.12.
c.       Aquece v.11, pode ser na vida conjugal, pois não há coisa mais acolhedora que um “cobertor de orelhas” numa noite gelada ou chuvosa. Mas também se refere ao “frio da vida”, pois neste mundo tenebroso o companheirismo conjugal gera calor em situações como momentos de:

-  Tristeza;
-  Tentação;
-  Incertezas;
-  Confusão geral;
-  Desafetos;
-  Decepções;
-  Esfriamento, amor, carinho, afetos....

III - Consequências de um amor sólido

1.      A vitória é certa, v. 12. O inimigo costuma armar emboscadas, neste momento é importante serem dois “juntos”, porque se alguém “quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa”. Observe que o versículo menciona o número “três” podemos fazer uma comparação de que essa terceira pessoa é o Senhor Jesus Cristo. Lv. 26.8.

2.      Visão ampliada, devido ao pecado o homem tem facilidade de distorcer sua visão, principalmente espiritual. Portanto Jesus corrigiu essa falha e concede ao casal cristão condições através do Santo Espírito para que um corrija o outro naquilo que diverge do espiritual. I Co. 13. 12,13.

3.      Andar em acordo, Am. 3.3. O casamento tem origem divina, portanto como poderão subsistir os cônjuges sem acordo e confiança mútua? E como poderá subsistir sem acordo e confiança mútua com Deus? Andar em acordo é:

a.      Um só coração, um só caminho e um só Deus, Jr. 32.38-41;
b.      Um espírito e coração renovados, Ez. 11. 19-20;
c.       Declarar a presença e o poder de Deus na família, Mt. 18.19,20;
d.      Renunciar a inveja, a briga e confusão, Tg. 3.16;
e.      Serem submissos a Cristo, Ef. 5.23;
f.        Seguir o exemplo de Cristo, Jo. 5.30;
g.      Declarar união, At. 2. 42-46;
h.      Ter sabedoria do alto, Tg. 3.17;
i.        Viver em mútuo aconselhamento, Pv. 15.22.

VI - Restauração da verdadeira união conjugal

O ser humano foi criado e destinado por Deus para ter uma vida compartilhada, seja através do matrimônio, ou da vida social e comunitária. A pessoa que se isola na família ou na comunidade está ditando pra si um completo fracasso. É natural que a natureza humana tenha contrariedades, diferenças, divisões de opiniões, etc..., por isso é necessário que cada um se converta ao outro para que haja unidade na família.
Andar juntos exige dignidade de comportamento, reconhecimento de que não é autossuficiente, estar consciente de que Jesus está presente.
Em meio à crise, ainda que pareça impossível um milagre no seu relacionamento conjugal, familiar, pessoal e você até pensa que está derrotado em todos os aspectos, observe o testemunho de Jó:

1.      Jó se queixa mais de trinta vezes para Deus.
Ele abre o seu coração e extravasa sua dor, espreme suas feridas, chora suas magoas e como resposta a essas questões, Deus apenas escutou e ficou em silêncio, Ele não queria falar naquela hora.

2.      A mulher de Jó ficou revoltada com Deus.
Ela até pediu para que Jó agradecesse ao “seu Deus” pela vida concedida e pedisse a Ele que o amaldiçoasse, isto é, lhe tirasse a vida, pois seu sofrimento estava muito grande.

3.      A família de Jó tinha sido destruída.
Com seus filhos todos mortos, não restava sentido de Jó continuar a viver, sua dor era física e sentimental.

4.      Os bens de Jó tinham sido destruídos.
Para um comerciante como Jó, que era conhecido em todo o Oriente e com certeza deveria ser um importante homem de negócios nessa região, derrepente perde tudo o que possuía ao ponto de estar no meio do “lixão”, sem condições para sobreviver, ou até mesmo fazer um tratamento médico.


Portanto chegou a hora de Deus responder e restaurar tudo na vida de Jó.

Deus restaurou:

1.      Saúde, Jó 42. 10,17. Deus o curou de todas as suas enfermidades e Jó viveu mais de 140 anos e viu sua descendência se prolongar na terra.

2.      Casamento, Jó 42. 12,13. Sua esposa que estava decepcionada, amarga, revoltada foi curada por Deus e eles tiveram uma linda história de amor.

3.      Bens, Jó. 42.10. Ele ficou o dobro mais rico, seus negócios prosperaram, seus empreendimentos deram certos e a ele retornou suas atividades.

4.      Filhos, Jó 42. 13-17. Deus lhe deu outros dez filhos, que por certo suas filhas eram as mais bonitas do oriente. Seus sentimentos foram restaurados.


V - Conclusão

Os casais precisam estar satisfeitos daquilo que a vontade de Deus tem para suas vidas. A satisfação é uma sensação agradável quando as coisas oferecem bons resultados e é cumprir aquilo que devemos fazer a outra pessoa, corresponder às suas expectativas de forma que nada fique a desejar e isso só acontece quando alguém se dispõe a cumprir condições que agrada a outra pessoa e colhe seus benefícios.
Até o matrimônio mais feliz está sujeito a crises que precisam ser vistas como fenômeno de crescimento do amor conjugal e não como razão para a separação, quando não há discordâncias é preocupante. Portanto tiremos proveito para fazer da crise um aprofundamento no amor e ao fortalecimento cada vez maior.

Bibliografia

Bíblia de Estudo DAKE, 1995
Bíblia de Jerusalém, 2006
Bíblia Anotada, 1991
Bíblia de Estudo da Mulher, 2002
Bíblia de Estudo Pentecostal CPAD, 1995
Bíblia Sagrada Edição Pastoral, 2005
Bíblia de Estudo Desafios de Todo Homem, 2012
Bíblia de Estudo Palavras Chave, 2009
O Novo comentário da Bíblia, 1990
Apostilas do Seminário da Família Cristã, 2010, 2013

Sobre o Autor

Odemir Silva é casado com Simone Santos, pai de três filhos; Otorsson, Davi e Beatriz. Presbítero, Capelão Prisional, Bacharel em Teologia, Licenciado em Ciências Sociais e Pós Graduado em Filosofia. Atualmente leciona na Rede Pública Estadual, Seminários de Teologia e Ministra o Curso de Capelania.

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