1. Conceito
Capelania é o serviço ou assistência de caráter espiritual, efetuada por
um Capelão ou Ministro do Evangelho, a uma pessoa ou grupo em diversos locais como:
hospitais, quartéis militares, presídios, asilos, centro de recuperação,
instituições publicas, instituições educacionais, instituições parlamentares, etc.
A igreja cristã desde o surgimento tomou
formas variadas no seu desenvolvimento histórico, com reflexos na ministração
sacerdotal. Um dos reflexos consistentes no atendimento particularizado em face
do individuo que se encontra dentro ou fora do contexto da igreja.
No
entanto, o agrupamento de indivíduos propicia que o particularizado tenha uma
amplitude maior, gerando a necessidade de uma cobertura também ampliada no que
concerne ao atendimento eclesiástico. A isto, o atendimento eclesiástico
particularizado, denomina-se Capelania.
O
termo “capelania” tem sua derivação
etimológica do termo “capela”. Capela
tem por designativo um lugar modesto, mas não menos significativo, para
atendimento extra-poroquial, isto é, serviços eclesiásticos além da
circunscrição paroquial, portanto, atendimento que se estende aos que de alguma
forma estão distantes do atendimento sacerdotal. Paróquia consiste numa divisão
territorial de uma diocese sobre a qual tem jurisdição ordinária de um
sacerdote, o pároco. Diocese trata-se de uma circunscrição territorial sujeita
à administração eclesiástica de um bispo ou, por vezes, arcebispo, ou de um
patriarca.
Tal delimitação território-eclesiástico já
acontecia em tempos remotos face à administração do contexto eclesiológico e
sua missão evangelizadora, gerando uma hierarquia eclesiástica. A
hierarquização do clero acentuou-se com a romanização da igreja cristã.
Teodósio (378-395) oficializou o cristianismo no Império Romano. A delimitação
territorial trouxe conseqüências no que concerne ao atendimento sacerdotal a
toda Eclésia. Portanto, também, é daqui que se vislumbra o início da capelania,
isto é, o atendimento extra-eclesiástico em face do distanciamento das pessoas,
da igreja, em todos os sentidos.
Cristo dirá aos seus servos fiéis: “... Vinde benditos de meu pai! Entrai na
posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive
fome, e me destes de comer, tive sede, e me destes de beber, era forasteiro, e
me hospedastes, estava nu, e me vestistes, enfermo (adoeci), e me visitastes,
preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te
vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando
te vimos forasteiro (estrangeiro) e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E
quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo lhes
dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizeste a um destes pequeninos
irmãos, a mim o fizestes”, (Mt. 25. 34-40).
O capelão deve ter como base e fonte de regra
e prática os ensinos expostos nas escrituras sagradas, “Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”, (II Tm.
3.16,17) e de experiência de homens e mulheres cristãos que tem exercitado
a mesma com êxito, nunca se esquecendo do Expoente máximo de modelo em todos os
tempos: Cristo Jesus!
A escritura nos diz que: “Percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino e curando toda a sorte de doenças e enfermidades.
E então se dirigiu a seus discípulos e disse: A seara é grande, mas os
trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande
trabalhadores para sua seara”, (Mt. 9. 35-38; At. 10.38).
“Pois
o Filho do homem não veio para ser servido, mas para dar a sua vida em resgate
de muitos”, (Mc. 10.45).
“Por
que eu dei o exemplo, para que, como fiz, façais vós também”, (Jo. 13.15).
Portanto, “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças”,
(Ec. 9.10), e que “... tudo o
fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando
por Ele graças a Deus Pai”, (Cl. 3.17.
2.
Área de Atuação
Podemos realizar o serviço de capelania em
diversas áreas, lembrando que há poder no Evangelho de Cristo para curar,
libertar, transformar, dar vida e vida com abundância, a todos quantos quiserem
aceitar a Cristo Jesus como seu Salvador e Senhor! “Pois para Deus, nada é
impossível” (Lc. 1.37).
Ø Capelania
Hospitala, (hospitais públicos e particulares);
Ø Capelania
Prisional, (presídios masculinos, femininos);
Ø Capelania
Militar, (quartéis das forças armadas e da polícia);
Ø Capelania
Social, (creches, asilos, centros de recuperação);
Ø Capelania
Educacional, (escolas, universidades);
Ø Capelania
Empresarial, (empresas);
Ø Capelania
Esportiva, (clubes esportivos);
Ø Capelania
Cemiterial, (cemitérios).
O capelão para assistir adequadamente as
pessoas deve manejar bem a Palavra da Verdade; conhecer as normas de
funcionamento dos respectivos estabelecimentos, e também interar-se da
legislação específica sob título: “Assistência
Religiosa no âmbito federal, estadual e municipal”.
A Constituição Brasileira nos itens VI e VII
do art. 5º, capít. I do Título II que aborda os Diretos e Garantias
Fundamentais – declara a inviolabilidade da liberdade de consciência e de
crença, e assegura nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva
PREPARO
DO CAPELÃO
1. Ministro Evangélico ou
Capelão
A constituição ministerial do Ministro
Evangélico e Capelão envolvem compromisso para realizar a obra de Deus através
da unção do Espírito Santo; edificando-se pessoalmente no caráter cristão pela
prática da Palavra, e também se doando para edificação das demais vidas humanas
com amor e respeito. “E Ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas,
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho de seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”, (Ef. 4.
11,12).
2. São características do
Capelão:
a) Amor por Jesus:
O capelão deve amar a
Cristo, logo guardará os seus mandamentos, e o exercício da capelania é um
desses mandamentos. D. Moody, escreveu que “Uma
ação bondosa custa pouco, mas torna-se eterna quando praticada em nome de Cristo”.
b) Convertido:
Somente um capelão convertido
poderá falar com convicção da experiência da conversão aplicada pelo Espírito
Santo em Cristo Jesus. “E assim, se
alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já passaram, eis que
se fizeram novas”. (II Co. 5.17);
c) Chamado vocacionado:
Capacitado e enviado
por Deus para a obra de capelania, porque houve disposição, desprendimento e
discipulado do mesmo em Cristo Jesus. “Cristo
disse aos seus discípulos: Vinde (a chamada) após mim, e eu vos farei (vocação
e capacitação) pescadores de homens (missão)”, Mt. 4.19.
d) Vida consagrada e dedicada à oração:
O capelão deverá ser
uma pessoa equilibrada psicologicamente e intelectualmente e acima de tudo
espiritualmente diante de Deus, mantendo comunhão com o Senhor sempre,
falando-lhe acerca das pessoas que hão de receber sua assistência, capacitando
para o exercício do mesmo e que as pessoas sejam receptivas ao seu evangelho de
amor e salvação; também através da oração deverá preparar o caminho para
exercer a autoridade de Cristo em o nome do mesmo diante das potestades e
forças do mal que estarão trabalhando e batalhando para que não seja bem
sucedido.
E.
M. Bouds escreveu: “Falar aos homens, a
respeito de Deus é uma grande coisa, mas falar a Deus a favor dos homens é
coisa maior. Jamais falará bem e com real êxito aos homens em nome de Deus,
aquele que não aprendeu bem como falara a Deus em favor dos homens” (Ef.
6.10-13).
e) Cheio do Espírito Santo:
“Recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto
em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”,
(At. 1.8). Ser cheio do Espírito Santo é estar sob o seu domínio e
controle em sua vida diária.
f) Amor pelas almas
Demonstrando através
da compaixão ou piedade que é o sentimento de condoer-se pela dor e sofrimento
de alguém. A escritura nos diz que: “Jesus
Cristo vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e
exaustas como ovelhas sem pastor”, (Mt. 9.36).
Horatius A. Bonar
escreveu: “O amor é escasso. Amor
profundo, forte como a morte, como aquele que fez Jeremias chorar por causa dos
inimigos da cruz de Cristo. Na pregação e na visitação, no aconselhamento e na admoestação...
quanto formalismo, quanta frieza, quão pouca ternura e afeto”, devemos amar
as almas, em sua salvação e restauração emocional psicológica, material, física
e principalmente espiritual.
g) Sinceridade:
O capelão precisa ser
“Verdadeiro e franco em suas palavras e
ações” para com as pessoas a qual estar a trabalhar, e tudo isto permeado
em amor e brandura. O apóstolo Paulo exortou ao jovem pastor Timóteo a “... seja exemplo dos fiéis, na palavra, no
trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza”, (I Tm. 4.12).
h) Otimismo
O capelão precisa ter
otimismo, logo ser uma pessoa motivada na assistência prestada às pessoas,
sabendo que seu trabalho tem recompensa no, presente momento em contemplar a
recuperação do assistido e que Deus o recompensará na vida presente e vindoura
(I Co. 15.58).
3. Equipe Auxiliar de
Capelania
Assim como o capelão, toda pessoa que se
dispões auxiliar no ministério de capelania, é alguém que já provou da misericórdia
de Deus, recebeu a Jesus, o amor do Pai, e tornou-se fonte de água viva a
jorrar para a vida eterna. É reconhecida
por:
- Ter a motivação correta (direção do
Espírito Santo);
- Ter convicção do valor de cada pessoa para
Deus;
- Ser madura na fé (ter experiência pessoal
de conversão a Jesus);
- Emocionalmente equilibrada;
- Saber ouvir (dar tempo, atenção e saber
guardar confidências);
- Ser experiente na Palavra de Deus (sua
praticidade);
- Saber cuidar da aparência pessoal;
- Ter habilidade para comunica-se (linguagem
adequada);
- Sensibilidade para identificar
oportunidades;
- Ter flexibilidade;
- Ser submissa à autoridade;
- Ter tato e profundo respeito às opiniões
adversas;
- Ser perseverante no trabalho.
4. Literatura – Material de
Apoio ao Serviço de Capelania
É de suma importância a seleção das
literaturas a serem utilizadas pelos capelães. O interesse pela literatura
facilitará a realização do discipulado. É conveniente observar a qualidade
teológica-bíblica-psicológica em seu conteúdo e direcionamento para com Deus,
em Cristo; e que sejam alicerçadas nas escrituras de forma contextualizada e
cada área objetivada, e isto com graça, brandura e amor a sua distribuição e
orientação.
5. Reflexão
Vivemos
dias difíceis onde aumenta o número de necessitados de posses materiais, onde
surge a cada dia pessoas desafortunadas pelo desemprego, aumento da cesta
básica, do aluguel, de consumo básico como água, luz, gás, etc...surgindo então
os mendigos e desabrigados em pontes e esquinas das cidades, e o aumento de
favelas. O governo com seus programas tem tentado aliviar o sofrimento desta
parcela da população com verbas e programas de radicalização, mas que no
trâmite até chegar a estas camadas o dinheiro some, desaparece, é desviada por
políticos e autoridades descompromissadas com o bem estar do povo mais carente,
de Deus e de sua palavra, porque se o conhecesse saberia que devemos “amar o
nosso próximo como a nós mesmos” esse é o segundo maior mandamento!
Compilado da Apostila "Curso de Capelania" - Pb. Odemir Silva
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