Quais os maiores perigos no namoro cristão?

1. Amizade na infância

A criança, à medida que vai crescendo, vai desenvolvendo sua personalidade. O relacionamento dentro do lar com os pais, os irmãos, os amigos da família, etc..., contribui para desenvolver o instinto social da criança.

2. Amizade na adolescência

Nessa fase da vida sua amizade com outros adolescentes ajuda a firmar a sua personalidade, e desperta o desejo de amizade pelo sexo oposto.

Na infância, os amigos se limitam aos pais e colegas da escola. Porém na adolescência busca-se amizade com pessoas do sexo oposto, esse desejo nada tem de pecaminoso, pois é natural que surja a vontade instintiva de sua natureza sexual.

Esses impulsos naturais não devem ser reprimidos, mas sim orientados para que o adolescente seja conduzido à juventude de modo sadio e consciente.

À medida que vai desenvolvendo sua personalidade ele se conscientiza da sua individualidade e a fase adulta vai surgindo. 

Na fase adulta, o instinto sexual cumpre a sua função, levando o jovem a encarar a necessidade de formar o seu próprio lar: ele procura o casamento, que é precedido de namoro e noivado.

Namoro

O sentido mais real de namorar é inspirar amor. Na atualidade, a palavra “namoro” tem sido rebatizada com o sentido de brincadeira, divertimento e irresponsabilidade, mas o seu sentido legítimo é outro completamente distinto: o seu sentido nobre é amar. É um tipo de amor reconhecido pela sua exteriorização, quando um jovem se declara interessado em casa-se com certa jovem, o primeiro passo é o namoro.

Namoro sem amor é prejudicial, portanto o amor “storge” que é reconhecido como o amor pessoal e o amor conjugal.

Existem quatro tipos de amor, porém vou falar sobre o Storge que é o que deve ter no inicio do namoro.

O amor conjugal deixa a individualidade e conjugam os dois num só amor, esse é o amor recíproco. E é com o amor “storge” que se entende o que é namorar e o que significa “inspirar amor”. É esse tipo de amor que motiva o desejo de convivência, de comunhão, de sociedade e que é inspirado no período do namoro, muito antes do casamento, é esse sentimento puro, nobre, que obedece às leis naturais criadas pelo próprio Deus.

Namoro é a ante-sala do casamento, não pode haver um bom casamento sem que haja certo período de conhecimento entre dois jovens de sexos opostos. Esse conhecimento implica em um relacionamento social, intelectual, psicológico e espiritual. Não podendo haver conhecimento físico ou sexual senão no casamento.

a) O conhecimento social

Diz respeito às relações entre as famílias e o próprio conhecimento mútuo entre os jovens enamorados, avaliando valores éticos, pois esses valores vão influenciar a formação do futuro lar. A educação, a espiritualidade, a linguagem, as ambições pessoais, os sentimentos refletirão no modo de ser do futuro casal.

b) O conhecimento psicológico

Envolve a habilidade de observar as atitudes da pessoa pretendida que refletirá sem dúvida o seu temperamento, isto é, conhecer através do comportamento da pessoa o que esta por detrás de sua mente. Esse comportamento expressa-se no trabalho, no lar, com os amigos, nos momentos difíceis.

c) O conhecimento intelectual

A equiparação intelectual não é o aspecto mais importante mas um nível igual ou semelhante de cultura vai gerar harmonia na forma de educar os filhos, de agir e de conversar. As diferenças podem gerar complexos, portanto o jovem deve pensar no casamento com inteligência para fazer a melhor escolha, pois será para toda a vida!

d) O conhecimento espiritual

O namoro deve ser realizado dentro de uma perspectiva cristã, com oração e meditação na Palavra de Deus.

Conselhos

1. Quando deve começar o namoro?

Quando estiver preparado para assumir o desafio de casar.

2. É errado namorar uma pessoa sem dedicar-lhe amor?

O namoro sem amor não tem ideal e visa somente à satisfação dos desejos concupiscentes.

3. É errado gostar de um rapaz ou moça, sem ele (a) saber, e, posteriormente, se declarar a ele?

Primeiro deve orar a deus e pedir-lhe que oriente e faça sentir se é da sua vontade ou não, depois em sentindo se for a vontade de Deus, deve demonstrar simpatia, ser discreto e honrar sem precisar dizer palavra alguma.

4. O jovem cristão precisa pedir a confirmação de Deus para o namoro?

Sim, se o namoro é anti-sala do casamento, como seria um namoro sem essa confirmação divina?

5. Existem princípios ou regras capazes de orientar o namoro dos jovens cristãos?

Sim, existe no mínimo dois:

 - O senso da vontade de Deus (Deus respeita a escolha que fazemos, mas oferece alternativas, princípios e condições para que saibamos o que é melhor para nós (Gn. 24.27; Jz. 14.1,2,7; 16.4,17,21);

- O senso de afinidade mútua (cada pessoa é constituída de espírito, mente e corpo, deve haver perfeita harmonia nesses três aspectos para que se tenha completa felicidade.

a) Aspecto Espiritual;

Esse aspecto deve influenciar o namoro e posteriormente o matrimônio, (ex. do jugo desigual).

b) Aspecto Mental;

Isto envolve razão e inteligência, quando os jovens decidem namorar, com fins matrimoniais, essa afinidade é fundamental. É nessa esfera que se procura harmonizar duas vidas com temperamentos opostos, até porque não visa anular a personalidade, nem abafar a individualidade de cada um, mas procura unir corações e mentes para a concretização de um ideal.

c) Aspecto Físico;

Nesse aspecto encontram-se alguns problemas sérios tais como: doenças hereditárias, diferenças físicas, desproporção em idade ou tamanho, e esse aspecto só perdem sua razão de ser quando há grande amor, aliado a um ideal maior, que seja capaz de superar desproporções físicas e outras. O jovem crente, no entanto, não deve esconder nada do seu futuro cônjuge, qualquer decisão tomada pelos jovens, antes do casamento, deve ser consciente.

6. Que devo fazer para que o namoro produza edificação espiritual para mim e para meu namorado (a)?

Um namoro capaz de produzir edificação espiritual é capaz de ter a presença de Cristo, refletindo nos ideais de ambos. Se a intimidade entre os jovens ultrapassar os limites do auto-respeito, e se as paixões se inflamarem e colocarem por terra os mais puros princípios morais, esse namoro é negativo e nocivo à vida espiritual.

7. Pode um jovem crente namorar um (a) jovem não-crente?

Não! Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? São dois mundos totalmente diferentes, os princípios, as razões e os objetivos são completamente diferentes dos vividos pelos que não são crentes.

8. Preocupa-se Deus com esse assunto de namoro, ou é algo que devo resolver sozinho?

Deus se preocupa com a nossa felicidade e não quer que façamos nada de errado e a sua vontade esta inserida em sua Palavra.

9. Como fazer para que Cristo esteja presente em nosso namoro?

Tudo o que você fizer ou desejar durante o namoro deve ter o aval do Senhor, não faça nada, nem deseje nada, que o envergonhe que entristeça, mas tenha e mantenha Cristo no seu namoro.

10. Deus tem uma pessoa destinada para o casamento?

Se fosse assim, não haveria necessidade de namoro. A escolha é feita pelos jovens, através do seu livre-arbítrio, mas o padrão de escolha está na Bíblia, que revela a vontade de Deus para o homem, basta orar e pedir a sua orientação e Ele lhe fará sentir a sua vontade.

11. Podem os jovens namorados, como crente falar sobre sexo no período de namoro?

É normal durante o namoro os jovens falarem de suas vidas, projetos e interesses próprios, porém o assunto “sexo” dependerá da seriedade com que possam abordar o assunto, que na verdade deve ser discutido no “noivado” quando estiverem se preparando para o casamento e é importante que os jovens busquem orientação pastoral.

12. Evite o Flerte.

Isto é o antinamoro, o seu significado é fingir que ama ou que está apaixonado, brincar de estar amando, é algo irresponsável, momentâneo, sem futuro, além disso, tudo incita a paixões e hábitos impuros. Isso acarreta decepções, sem respeito ao próximo (Mt. 7.12; II Tm. 2.22; Gn. 39.6-9; I Tm. 5.22).

Esse estudo foi extraído do livro:

Na Juventude Cristã e o Sexo – Elienai Cabral – CPAD – 1998

Pb. Odemir Silva

Bacharel em Teologia